Você já ouviu falar sobre a Transpantaneira? Essa estrada desperta a curiosidade entre os aventureiros, já que o trajeto corta do Pantanal mato-grossense, ao distrito Porto Jofre. O percurso tem, no total, 150 km, ou seja, requer muito planejamento e preparo!
Quer entender mais sobre como funciona a viagem pela Transpantaneira? A Sportbay preparou um artigo exclusivo para você, com informações do trajeto, como percorrê-lo, etc. Também trouxemos uma entrevista com uma piloto que fez o passeio, com uma Big Trail, no final de 2022. Venha com a gente!
Como é viajar pela Transpantaneira?
A viagem pela estrada Transpantaneira é um dos grandes atrativos da região. Na verdade, o nome dela é Rodovia MT-060, mas esse título emblemático veio dos moradores locais, em homenagem às belezas naturais e às aventuras que os viajantes encontram no percurso.
O percurso inicia-se na cidade de Poconé, a 100 km de Cuiabá. Quando alcança Porto Jofre, finaliza no Rio Cuiabá, onde podem ser feitos passeios de barco. O início do trajeto possui bastante ponto, em média 120 – com algumas reformadas, e outras ainda de madeira, em estado precário.
Durante o trajeto, os aventureiros não só podem apreciar as belezas das paisagens, como também observar o habitat natural de alguns animais, como capivaras, veados, gaviões e até jacarés. A região é recheada de lagos imensos, sendo uma das áreas com maior biodiversidade do Brasil e do mundo.
A estrada é um grande retão, com poucas curvas e um baixo movimento de pessoas. É um percurso bastante desafiador de fazer. A indicação é dirigir com tranquilidade, aproveitar a paisagem, tirar fotos dos animais e aproveitar para fazer um passeio de barco.
Recomenda-se levar água, algo para comer e até mesmo combustível! Durante o trajeto não há posto de gasolina, por isso, é melhor reservar o combustível para não haver imprevistos durante os 300 km totais.
Desafios
A estrada da Transpantaneira não é asfaltada. Por isso, o ideal é percorrer o trajeto com um veículo adequado, como a própria Big Trail. A região sofre com épocas de chuvas intensas, o que pode prejudicar a viagem com veículos de quatro rodas.
Como dissemos, pegar a Transpantaneira significa estar perto de alguns animais selvagens. Durante o percurso, evite sair do veículo sem ter a certeza de que está seguro, e não alimente os animais. Você é um visitante ao habitat deles, por isso tome cuidado!
Qual é a melhor época para percorrer a Transpantaneira?
Evite a época de chuvas, que acontece durante o período de outubro a março. Durante esses meses, o passeio de barco é mais favorável, mas vale colocar na régua quais são suas preferências. Entre abril e setembro, as estradas estão secas e os animais costumam ficar mais visíveis.
Entre maio e agosto, o inverno toma conta da Transpantaneira, o que torna a região bastante fria e exige um cuidado especial de quem decide passear na estrada. Para se ter uma ideia, a região alcança os 10ºC de temperatura mínima. Já na primavera e no verão, é possível encontrar temperaturas de mais de 30ºC.
Nossa recomendação é fazer o percurso da Transpantaneira bem cedinho, entre as 5h e às 8h. O ideal é prezar por realizar ante 17h, após esse horário não é recomendado circular pela região. Durante esse período, os animais costumam estar mais visíveis, deixando a viagem ainda mais rica de conhecimento.
Como chegar?
Os aventureiros têm duas opções para percorrer a Transpantaneira: contratar uma agência de viagem ou viajar sozinhos. Caso escolha a segunda opção, é possível utilizar sua própria moto de viagem desde Cuiabá até o local da estrada ou alugar um carro.
A região da Transpantaneira oferece hospedagem e alimentação para você ter uma estadia tranquila e recheada de aventuras. Alguns hotéis até estão localizados no meio da estrada, o que facilita o trajeto durante os dias de viagem.
O que diz Andréia Pasa sobre a Transpantaneira?
Andréia Pasa fez a viagem para a Transpantaneira sozinha, entre 21 de dezembro de 2022 e 3 de janeiro de 2023, quando retornou para Curitiba. Segundo ela, a viagem começou sem perrengues, mas o calor escaldante incomodava desde o início. Ela fez pequenas pausas para passar o Natal na casa de sua família.
Após as comemorações de natal, Andréia continuou o percurso, indo diretamente para a Transpantaneira. “Minha expectativa era fazer a Transpantaneira inteira, mas, por ter chovido tanto na região e eu estar sozinha, eu iria só até onde sentisse segurança”, diz a aventureira.
Solo
No dia de percorrer a Transpantaneira, ela relata que, nos primeiros quilômetros, a estrada estava bem lisa, com barro. Porém, conforme foi adentrando no trajeto, o solo foi perdendo essa característica, ganhando um pouco mais de buracos. “Não tem ninguém, é só você, a moto, jacarés, aves e pontes”.
Segundo ela, ao longo dos 150 km, o solo começa com uma cor de barro avermelhado e alguns pedriscos. Depois, ele ganha um aspecto de argila branca compactada, que vira até sabão com o contato com a chuva.
“Peguei um pouco de chuva na parte do solo argiloso, confirmando o que eu já imaginava: é liso de verdade, a água bate no chão e a moto já sai de lado. Quase no final, peguei uma chuva mais forte, mas sem grandes problemas.” relata Andréia.
Desafios
Andréia fez a viagem de moto, ao lado de sua “gordinha”, apelido carinhoso para a Big Trail KTM 990. Ao longo do trajeto, ela tentou encontrar uma onça pintada, mas não obteve sucesso. Ela diz que um dos principais desafios é lidar com o medo de percorrer a Transpantaneira sozinha.
Porém, depois de passar pela porteira, esse receio acaba. Questões como “e se eu cair?”, “e se não conseguir levantar a moto?”, “e se estragar?”, “e se furar um pneu?”, “e se os búfalos me atacarem?” passam rapidamente. O sentimento de dever cumprido no final é gratificante.
“Foram 10 dias, 5319 km e 4 estados visitados. Vi paisagens e fiz passeios maravilhosos. Teve off road, revi amigos e família, recebi muito carinho no caminho, conheci pessoas e superei medos. Concluí minha primeira viagem longa sozinha de KTM 990 já querendo as próximas”, completa Andréia.
Prepare-se para a Transpantaneira com a ajuda da Sportbay!
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